Esfoliação corporal é um gesto essencial

Este procedimento, muitas vezes menosprezado, remove as células mortas e purifica a pele.

No verão, todos, sem exceção, ambicionamos aquele tom bronzeado que apaga a palidez do inverno e as recordações dos dias chuvosos. Quando mais um ciclo se completa e o outono regressa, o bronzeado começa a desvanecer-se e a pele, agredida e ressequida, pede-lhe ajuda. Assim, se reforçar a hidratação é obrigatório, esfoliar a pele é também um gesto fundamental para a recuperar dos estragos das épocas anteriores.

E, se for caso disso, terá mesmo de se despedir do bronzeado que lhe resta. Com a ajuda de Marília Moreira da Fonseca, dermatologista, apresentamos-lhe as razões para a incorporar na sua rotina de beleza. Durante todo o ano. “A esfoliação corporal é um método físico que permite a remoção de células mortas e outros detritos acumulados diariamente na superfície cutânea, dando-lhe um aspeto homogéneo e luminoso”, diz.

“Facilita ainda a penetração de cremes hidratantes e de outros, com princípios ativos incorporados, para tratamento de diversas dermatoses”, explica ainda Marília Moreira da Fonseca. “No caso de algumas doenças em que se verifica obstrução dos poros por queratina e detritos glandulares, nomeadamente a acne, a esfoliação tem também um papel importante”, acrescenta ainda a dermatologista portuguesa.

“Muito embora a esfoliação realizada previamente ao verão, ao uniformizar a textura cutânea, permita um bronzeamento mais uniforme e duradouro, implica cuidados acrescidos de foto proteção, já que a pele fica mais fina e exposta à radiação UV”, diz. “Após o verão, a esfoliação permite remover o aspeto espessado e descamativo induzido pela exposição solar, cloro das piscinas e banhos de mar, mas encurta a duração do bronzeado”, acrescenta ainda a especialista. As fórmulas dos produtos de esfoliação exigem, contudo, algum cuidado no que se refere a este ritual, sob pena de poderem agredir a pele.

As áreas do corpo que mais necessitam de uma esfoliação são as “zonas mais espessadas como os cotovelos, os joelhos e os calcanhares, as eleitas para uma esfoliação ativa. Outras áreas como a face, particularmente se existir tendência acneica, também beneficiam de esfoliações frequentes no sentido de remover o depósito de material secretado pelas glândulas sebáceas”, indica a dermatologista.
A periodicidade da esfoliação recomendada

A periodicidade de esfoliação é definida em função do espessamento da pele e da sua sensibilidade. No caso da pele facial seborreica, a esfoliação deve fazer-se diariamente, utilizando-se esfoliantes suaves. “No caso do corpo, por vezes, o espessamento cutâneo traduz algum grau de eczema e a pele responde melhor à hidratação que ao recurso aos esfoliantes físicos, ainda mais potenciadores de irritação cutânea”, refere.

Numa pele não sensibilizada, a esfoliação corporal pode ser feita semanalmente. De acordo com Marília Moreira da Fonseca, devemos “escolher esfoliantes com grânulos mais finos para áreas mais sensíveis e mais grossos para as áreas mais espessas e de maior tolerância à agressão”. “A pele deve ser humedecida generosamente, com o objetivo de minimizar o atrito dos grânulos incorporados no esfoliante e responsáveis pela remoção dos detritos acumulados na superfície cutânea”, acrescenta ainda a dermatologista portuguesa.